Voltei. E tô cheia de biziu ainda.

Oi, povo!

Eu vim aqui hoje pra dizer tanta coisa... Lembram que eu disse que casei, mudei e não convidei ninguém? Pois é, já tive um filho e também já me separei.

Parei de tomar a ritalina ainda nos fins de 2012, achei que tava tudo certo, que eu havia conseguido criar o padrão de comportamento necessário para sobreviver em sociedade. Qual o quê. Me descobri bipolar além de tudo, surtei várias vezes e depois de muito bater cabeça de psiquiatra em psiquiatra, finalmente chegamos à conclusão de que a associação de lítio e ritalina é o que me faz bem e me faz prestar atenção não só às coisas à minha volta, mas também em mim.

Com isso, veio um monte de coisa à tona. À medida que vamos surtando, algumas coisas ficam evidentes, mesmo sem terapia. Por eu estar prestando mais atenção em mim, andei observando certos tipos de sensações que eu achava serem comuns a todos os seres humanos.

Conversei com uma amiga psicóloga, a quem eu descrevi como foram os últimos surtos. Minha cabeça funciona tal qual um computador, onde ligo pela manhã e carrego aquele monte de informação na RAM. À medida que você vai usando a informação de que necessita, você libera a RAM para usar outra informação. Pelo menos era assim que uma cabeça normal deveria funcionar. A minha não: a RAM vai carregando, carregando, carregando e no fim eu explodo com tanta coisa na cabeça porque não consigo dar conta de mais nada. É a hora que eu me vejo parada do meu lado, como se eu estivesse fora do meu corpo, choro, tremo, aperto os olhos, os ouvidos, balanço pra frente e pra trás, rodo os pés, ando de um lado pro outro e fico pulando pra ver se aplaca a vontade de bater a cabeça na parede. No mais severo desses surtos, em 2017, eu pedi pra ir para um quarto escuro e silencioso. Sentei e quando me acalmei um pouco, percebi que minha pele ardia e formigava por baixo. Toda. Especialmente nas extremidades. Desenhei um jacarandá, cheio de detalhes. Fui pra casa dirigindo daquele jeito, deitava, acordava e não conseguia melhorar daquela sensação bolada. Quem me abraçou - me lembro dos diretores da escola onde eu trabalho de manhã e do meu ex-marido - naquele dia ajudou a me conter, viu... Porque eu ia pular da janela se estivesse num prédio.

Em novembro do ano passado pedi licença de 10 dias dos meus dois trabalhos também por essa sensação. E eu falei exatamente essa frase pro chefe da tarde quando cheguei lá pra avisar que não ia ficar: "posso ir embora? Eu preciso ir. Agora. Se você me der mais alguma coisa pra fazer, eu vou pular daqui de cima". Lá sim são 4 andares, aí a coisa ia ficar feia. Ele riu, porque o jeito como falei foi até engraçado mesmo, disse pra eu me cuidar que em 10 dias ele me passava o necessário. Ow, casal maravilhoso para quem eu trabalho, viu. Sério. Compreenderam perfeitamente e não me julgaram. A "chefa" até me deu um comprimidinho extra pro caso de ter uma crise que eu não tivesse a quem recorrer. Não cheguei a usar esse comprimidinho: meu filho fuçou minha bolsa, achou chocolate, comeu, e comeu o comprimido também. Oi, Ceatox!

Então. Comecei a observar mais essa sensação de pele queimando por baixo. É algo entre a ardência e o formigamento. Sempre tive, mas quando estou estressada parece que dói mais. É no corpo inteiro, mas quando não estou em crise nem estressada ela predomina nos antebraços e mãos, no peito dos pés e nos tornozelos. Ao mesmo tempo da ardência, sinto um arrepio com formigamento que me percorre sempre os mesmos lugares, as costas, do meio para os braços, e um que pega uma faixa da minha cabeça. As roupas me incomodam naturalmente, sinto que me massageiam até um determinado momento e depois parece que me apertam e entortam no meu corpo. Tenho pavooorrr de etiqueta, é a primeira coisa que arranco quando compro uma roupa. No fim do dia, elas já estão me incomodando ao extremo, tenho vontade de arrancar tudo, porque junta com os arrepios/formigamentos e eu acho até que dói. Nunca procurei um reumatologista ou um neurologista pra ver isso. E o medo de descobrir uma doença degenerativa?

Ainda na linha da pele, não uso nenhum tipo de joia, acessório, anel, aliança, pulseira, nada. Nem esmalte. Gosto, acho bonito, tento usar mais vezes. Já teve época de usar toda semana. Mas depois eu paro porque não aguento, não gosto de nada me pegando: brincos eu arranco assim que acaba o evento no qual estou; com o esmalte eu tenho a sensação de que tem um monte de pregador de roupa nas pontas dos meus dedos me apertando.

Meu próprio cabelo me incomoda. Corto curto para não cair na cara. Cresce um pouco, uso presilha. A presilha começa a apertar a cabeça, eu arranco e bagunço os cabelos com as mãos, pra aplacar aquele arrepio que descrevi ali em cima.

Sensação de não caber em mim. Eu hein.

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A difícil e linda arte de ser mulher

Sim, eu sei que eu sumi. Mas isso tem um bom motivo: literalmente casei, mudei e não convidei ninguém, hahaha!

Eu explico. No fim de março, quando escrevi o último post, estava de férias de uma empresa que já não mais correspondia às minhas expectativas e, quando voltei, fiquei só mais duas semanas lá. Fui trabalhar com um cliente meu, fazendo feiras de negócios. Minha avó faleceu na mesma semana em que comecei nessa empresa, a cabeça a milhão, vocês imaginam.

Nesse ínterim, o moço do interior, que se chama Paulo César, recebeu um convite para trabalhar em Belo Horizonte e veio morar comigo, na casa dos meus pais (!). Em setembro nos mudamos para a outra casa do lote, onde poderíamos ficar à vontade e cuidar das nossas próprias contas.

Na mesma semana que me mudei para lá - sim, minha vida é feita de grandes emoções - troquei de emprego de novo. Não, isso não é por falta de ritalina, mas porque ela me fez perceber o meu limite real e até onde eu posso embarcar em algo. Se vejo que não vai ter futuro, vou embora mesmo, sem dó. Fui trabalhar com outro cliente da antiga empresa e agora estou fazendo congressos. Tem dia que é estresse puro, mas estou amando! ^^

Hoje em dia eu faço uma das partes mais difíceis da organização de um evento: a coordenação de transporte aeroporto - hotel - evento de palestrantes. É algo que exige extrema concentração e atenção. Tenho que ficar de olho se Fulano desceu, se Beltrano pegou táxi ou se Sicrano resolveu dar uma passadinha na praia antes de ir para o evento. Claro, porque se eu perco algum deles de vista, corro o risco de não embarcá-lo no veículo em que ele tem que partir e isso pode dar um problema danado, atrasando todo o cronograma do evento. Tem dia que eu chego à minha casa quase às onze da noite. Já passei dez dias fora de casa, dos quais seis socada no hotel, trabalhando em um evento. Mas essa loucura toda me dá um alento enorme: a de que eu sou capaz de fazer tudo, e a sensação de missão cumprida que vem depois é inenarrável!

Participo de um programa de TV sobre o América, a Hora do Coelho. Gravamos todas as quintas e ele vai ao ar aos domingos às 10h30min na www.tvcbh.com.br. Escrevo também no www.futeboldeminas.com.br >> Colunistas >> Avacoelhada. Ganhei o registro de jornalista e agora vou ao estádio como imprensa. Assisto ao jogo ao lado do técnico. Considero-me uma pessoa privilegiada.

E agora eu tenho outra missão também: a de ser esposa e dona de casa. É difícil conciliar isso tudo com um trabalho que me exige tanto. Às vezes chego em casa tão tarde e cansada que só tomo um banho, bato na cama e apago. Já passei uma madrugada de sexta para sábado arrumando casa. Faço jantar de dois em dois dias, porque é o que dá para fazer, já avisei ao marido. E quando estou com dor de cabeça o mínimo que espero é que ele faça um lanche para mim e me leve um remedinho na cama. E sem reclamar!

Descobri que tenho TPM. Bom, na verdade eu não sei se antes eu não tinha ou se era porque era tão agitada que não percebia. Passei a ter dor de cabeça (o que não é motivo para não ter sexo, que fique bem claro. Sexo ainda continua sendo o melhor remédio, meninas). A encasquetar com as gordurinhas que insistem em saltar para fora da calça. E não estou exagerando, está feio e eu estou me sentindo mal com o meu corpo, mal cuidada. Tenho lá minhas crises de choro e de mau humor. Estou aprendendo a ser mulher e  com quase todas as feminices. A única que não consigo ter é a compulsão por compras: entro no shopping e minha vontade de comprar desaparece, impressionante.

Eu estou até gostando de ser mulher mesmo, sabe? Poder cuidar do cabelo, das unhas, fazer uma atividade física, cuidar do marido e dar atenção a ele. O que mais me irrita ultimamente é eu estar lá, finalmente conseguindo concluir as minhas atividades, e meu pai ficar jogando na minha cara que eu sempre fui preguiçosa e agora estou tendo que fazer as coisas "para os outros". Os outros: meu marido.

Continuo cheia dos sonhos, mas tive que dar uma pausa neles para poder realizar um de cada vez. Bate uma tristeza por muitas vezes você olhar para trás e perceber que perdeu um tempo danado na sua vida com coisas, pessoas e atitudes que simplesmente não valeram a pena.

É um processo de autoconhecimento muito grande e sofrido. Dói. Mas a gente supera e aguenta.

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O boleto, o controle e a paciência

Num tópico do ano passado, comentei que dívida é um negócio bem TDAH: você parcela uma conta em doze vezes e na terceira você já perdeu o controle, o boleto e a paciência.

Tenho certeza de que muita gente aqui se identificou com isso e hoje em dia se vê numa sinuca de bico. Mais ou menos como naquela historinha do cara que, com tanta dívida que tinha, todos os meses colocava o nome dos seus credores numa caixinha e sorteava dois que seriam os premiados da vez. Se o seu nome não apareceu desta vez, amigo credor, paciência, espere até o próximo mês, quem sabe você não será contemplado?

Minha situação posso dizer que estava próxima disso. E tudo começou com o bendito audiômetro, em 2006, quando cismei que ia ser fonoaudióloga (me formei no fim de 2004), sabe...

Peguei o audiômetro por um empréstimo do Banco do Brasil chamado Proger - Programa de Geração de Emprego e Renda. O problema desse programa é só um: se você não está familiarizado com taxas de juros, Selic, TR e o escambau, você não consegue entender o porquê de tanta variação na prestação do mês seguinte. Se você tem de onde tirar, beleza, você consegue pagar. Mas se sua renda depende única e exclusivamente dele, e você ainda está crescendo na profissão, tenha cuidado e faça uma reserva, porque embora os juros sejam mais baixos, o valor das prestações é muito discrepante de um mês para o outro. O Proger é ótimo, mas para profissões que realmente vão dar dinheiro e render um retorno mais rápido, o que não é o caso da fonoaudiologia.

Pois é, entrei no seguinte problema: não consigo prever o que vou pagar e prefiro pagar um empréstimo com juros mais altos, assim pelo menos eu tenho certeza do que vou pagar no mês que vem. Estava formado o meu calvário: fazer uma dívida para pagar a outra. Peguei um empréstimo numa financeira e paguei o BB.

Aí parcelei esta em vinte e quatro vezes. Na sexta parcela, voltei para o BB e peguei mais um tanto bom de dinheiro no CDC, porque minhas outras contas também estavam pedindo socorro. E fui pegando mais e mais vezes empréstimos menores, porque eu não tinha controle sobre o que ganhava nem sobre o que gastava. Minha dívida mais que dobrou em um período de oito meses. O que eram vinte e quatro agora tinham virado cinquenta parcelas.

Nesse ínterim já havia abandonado a fonoaudiologia porque em 2008 fui chamada a trabalhar numa empresa para a qual prestei concurso ainda em 2004. Minha sócia na clínica também foi chamada num concurso no meio de 2010 (ela ainda usava o audiômetro lá) e assim dissolvemos a sociedade, e eu fiquei com aquele elefante branco empacado na minha casa.

Fui estudar engenharia, mas só paguei a taxa de matrícula mesmo. Com o dinheiro que deveria ter pagado as mensalidades, viajei de férias e fiquei um mês no exterior, no início do ano passado. Voltei devendo quatro cartões de crédito além do BB.

Não bastassem essas contas todas, eu começo a namorar um moço do interior de Minas. Ele é maravilhoso, um amor de pessoa, só que eu ia ter que desembolsar uma grana para vê-lo pelo menos de quinze em quinze dias. Mas, olha, sacrifício que valeu a pena foi este, viu... Porque a minha dificuldade em dar sequência nas coisas era grande, achei que namorar à distância seria um bom exercício. Mesmo assim, no fundo eu sabia que poderia me cansar da rotina de ir e vir, daí procurei tratamento, como contado nos posts da flauta e da carta à chefe. Não poderia deixar minha chance de ser feliz ir por água abaixo.

Eu sabia que era metódica, mas não conseguia dar sequência a tudo o que começava. A ritalina me proporcionou não só autocontrole, mas também autoconhecimento. Minhas dívidas assustaram até o psiquiatra, que deve estar acostumado a ouvir relatos do gênero todos os dias. Tomei uma atitude naquele dia da primeira consulta: poria minha vida em ordem. E foi o que eu fiz quando saí dali: montei uma planilha no Excel, detalhando tudo o que eu devia e com suas datas de vencimento.

O negócio foi ficando legal e a planilha cada vez mais completa. O que era um simples planejamento virou um fluxo de caixa pessoal. Agora é tudo separado por mês, bonitinho. Sempre que posso dou uma mexida nela, acrescento uma referência, uma fórmula nova, ficou ótima. Quem quiser, só me pedir que mando por e-mail, ela é autoexplicativa.

Consegui vender o audiômetro em janeiro deste ano, gente! Tirei férias também e isso me ajudou ainda mais, porque, com grana em caixa, ficava mais fácil guardar um pouco e quitar os residuais. Acreditem, meu nome não foi para o SPC.

Meu psiquiatra inclusive me aconselhou a matar primeiro as dívidas cujos juros eram mais altos, e eu segui à risca. Está dando certo. Em dez meses, graças a esse autocontrole que eu não tinha, reduzi em 61% o total das minhas dívidas. Hoje abro esta planilha com satisfação, porque sei exatamente quanto ganho e com quanto posso contar por mês e por dia, e já não perco mais os boletos, o controle e nem a paciência. Desta forma, extremamente organizada, meu objetivo é eliminar o restante das dívidas ainda este ano.

Ah, o moço do interior? Continua me fazendo feliz até hoje. ;-)

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Sobre comentários e divulgação em outros blogs

Queridos leitores,

Fico muito satisfeita em agradá-los e muito lisonjeada com os pedidos de divulgação de alguns textos publicados aqui. Vocês não imaginam o quanto fico feliz com os comentários positivos, praticamente pulando de alegria, haha =) Obrigada mesmo, gente, de coração! Continuem acessando, de vez em quando vou escrever. Tem alguns textos semiprontos, mas estou trabalhando neles para ficarem melhores. Logo logo eles vêm para cá.

Em relação à divulgação e utilização dos meus textos em outros blogs e sites, fiquem à vontade para copiarem e publicarem quando e quantas vezes quiserem, contanto que citem a fonte. E não vale fonte muito pequenininha. Ah, e quem quiser escrever algum texto para ser divulgado aqui, basta mandar com seu nome completo e link do perfil do Facebook para grpiazzi@gmail.com.

Agradeço de coração mais uma vez todos os acessos e referências e estou à disposição sempre que quiserem partilhar alguma experiência.

Beijos a todos e feliz 2012.

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10 mitos sobre mim

1. A Glaucia não gosta de crianças.
Ok. Toda vez que eu vejo uma criança eu vou lá e jogo a pobrezinha debaixo do primeiro ônibus que passar na rua. Francamente, gente, a vida inteira gostei de criança, até porque eu fui uma! A diferença é que eu não trato nenhuma com voz de bebezinho, o que faz com que aquelas mimadas tenham uma primeira impressão de que eu sou brava. Até hoje nenhuma criança sequer me chamou de chata e o que eu mais gosto de ouvir delas é: "gosto de conversar com você porque você não me trata igual neném." O que eu nunca gostei foi de realizar terapia fonoaudiológica com crianças, porque, cá pra nós, na cabecinha muito ativa que elas têm, 40 minutos são uma eternidade e é tudo um saco. Gosto sim, e muito, e todas elas me adoram.

2. A Glaucia não gosta de animais.
Pobrezinhos, têm o mesmo destino das crianças. Palhaçada! O fato de eu não ter um animal de estimação não significa que eu não goste. Ao contrário. Significa que eu gosto tanto que não seria justo ter um bichinho sendo que não tenho tempo para cuidar. A vida inteira tive gato, cachorro e periquito. Minha mãe sempre consumiu com os quatro patas porque eu me empolgava no começo, catava pulguinhas e tudo o mais, mas minha paciência durava só doze dias e acabava que ela que cuidava dos bichinhos. Porém que fique bem claro que ela sempre doou a quem pudesse cuidar deles, pois na minha casa nem bem-vindo é quem faz maldade com animais. No pós-ritalina eu seria perfeitamente capaz de ter um bichinho. Se vier, será bem-vindo.

3. A Glaucia não gosta de plantas.
Ao contrário do que parece, gosto principalmente de flores e sou fascinada por helicônias. Infelizmente na minha casa não tem um espaço adequado para elas, mas me viro como posso: tenho duas orquídeas que amarrei no tronco da mangueira e um pé de jabuticaba bonsai, presente de uma amiga, e que cuido como se fosse um filho.

4. A Glaucia só sai de casa para frequentar bibliotecas e cafés cheios desses intelectuais.
Sim, eu gosto, mas biblioteca eu tenho em casa, ler eu leio lá ou no ônibus. Café também é um hábito maravilhoso que tenho, amo aquela xícara grande bem cheia e com desenhos na espuma. Não sou "intelectual" por gostar de ler e de escrever. Tenho amigos "normais" e garanto que é mais fácil me achar num boteco ou no estádio que num desses cafés. Ademais, eu converso sobre todos os assuntos. Não me exclua por achar que eu sou nerd e que só falo sobre física quântica, engenharia, linguística ou teoria da conspiração do futebol. Não tenha medo de me convidar para eventos: simplesmente me adapto à roda em que me encontrar.

5. A Glaucia não escuta nada que não seja ópera.
Eu escuto qualquer coisa que faça bem aos meus ouvidos e ao meu coração. Pode ser ópera, samba, jazz, rock, eletrônica. Também gosto de dançar, sabia? Sou iniciante em frevo, uma negação em tango, e me divirto assim mesmo. Isto quer dizer que, se não fizer bem nem aos meus ouvidos, não darei nem atenção e não pararei para analisar. Exemplo clássico: funk.

6. A Glaucia é insensível.
Devo ser mesmo. Só porque sou sincera, clara, objetiva, direta e às vezes até tosca nas minhas declarações. O problema é que quem não convive comigo está acostumado a ouvir frases maquiadas e palavras escolhidas com as pontas dos dedos. Eu não maqueio palavras para falar com você. Vou falar o que você estiver precisando ouvir, justamente por ser bastante sensível ao seu problema. Provavelmente já passei pelo mesmo, te entendo e, principalmente, não te julgo. Depois da ritalina, minha capacidade de ouvir ficou ainda mais aguçada. Pode ter certeza de que, embora eu não meça muito as palavras para falar, aqui você tem uma boa amiga. Convivo com muitos homens - engenharia mecânica e aviação, né - e isso não me tornou insensível, ao contrário, me fez conhecê-los mais a fundo e prever seu comportamento. Mas como a minha tosquice sempre é mal interpretada, agora eu fico assistindo de camarote às minhas amigas esperando o príncipe encantado num cavalo branco, chutando o príncipe e morrendo por causa do cavalo. E olha que avisei.

7. A Glaucia é desorganizada.
Minha mesa do escritório faz um ciclo da direita para a esquerda, de coisas a fazer, de coisas sendo executadas e de coisas já resolvidas. Anoto tudo o que eu gasto e tenho uma planilha, na qual constam até os dez centavos que gastei com balinha. A ritalina foi a responsável pela queda de 50% do valor das minhas dívidas, pois passei a ter controle sobre meu salário e aprendi a planejar para pagar tudo. Tenho que saber com o que contar.

8. A Glaucia não é ciumenta e, por isso, desligada.
Sinto ciúme sim, como toda pessoa, mas não sou doente. Confio na pessoa que está comigo e o mínimo que espero é reciprocidade. Dar provas públicas de amor, atender o celular do namorado, dar escândalo porque ele conversou com alguma mulher, melação no twitter e no facebook - leia-se "marcar território" - definitivamente são atitudes que não combinam comigo: sou muito mais ganhar um bom-dia via SMS. Sou romântica, mando letra de música por e-mail, me arrepio quando chego perto, observo-o enquanto ele faz a barba ou escova os dentes. É, meu amigo, eu cuido sim, não sou nem um pouco desligada. Amo com toda a intensidade, apenas não torno isso público.

9. A Glaucia tem raiva de ser brasileira.
Conhecer outras culturas e falar outros idiomas não me faz menos brasileira que você. É justamente por amar o meu país que às vezes eu tenho tanta raiva dele. É como uma criança que faz travessura e a mãe dá umas palmadas. Dói, mas passa.

10. A Glaucia é louca.

Se ir ao psiquiatra é loucura, então eu fugi do hospício há muito tempo. Sou só hiperativa, desatenta e impulsiva e tomo ritalina. É tarja preta sim, mas é justamente o que me acalma e me permite fazer as coisas uma de cada vez, já que a paciência agora vem em doses de 10 mg. Eu também não fico preocupada se os outros estão pensando bem ou mal de mim, ou se estão falando de mim. Faço o que tenho vontade, sem agir por impulso. Ao que você chama "loucura" é só autenticidade. ;-)

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Um povo heroico, um brado retumbante

Uma alma quieta demais não vai muito longe. Fica presa a convenções sociais e ao que os outros vão pensar (quem mora em Minas Gerais então, sabe muito bem o que é esse sentimento). Sem generalizações, por favor. Vê se dá para entender o que eu tou falando: disciplina, organização e temperamento tranquilo nada têm a ver com criatividade. Um cara pode ter a vida toda bagunçada e ser desorganizado e ser um grande artista ou um cara que arranja soluções práticas para tudo (sou eu). Ou pode ser bagunceiro e ser um fiasco para pensar. Ou pode ser quietinho, organizadíssimo e artista, ou também tão metódico que se torna um chato e, sem criatividade ainda, piorou. Em suma, a gente encontra por aí combinações e combinações de características, e é isso que faz de cada pessoa única.

Quando eu digo "quieta demais" estou falando sobre pessoas que não arriscam porque têm medo. Medo de sofrer, medo de perder, medo de ficar pobre, medo de ficar ainda mais pobre... Medo é algo que parece não fazer parte do vocabulário do TDAH. Já falei sobre medo aqui, mas tem hora que a gente é até um povo heroico demais, com um brado retumbante no coração, louco para sair e explodir. A gente se arrisca a morrer, se arrisca para brigar, se arrisca para provar que é bom em algo... Para depois a Santa Rita do Metilfenidato nos dizer que não é nada daquilo.

Sabe uma coisa que descobri depois de tantos anos de que eu não gostava, mas me esforcei para gostar? Sangue e gente morta. Não, calma, não sou assassina e muito menos necrófila. O negócio é o seguinte: quando fazia Química, era estagiária do IML no departamento de toxicologia, daí convivia com defuntos, partes de defuntos, sangue, secreções, órgãos... Era destemida! Mas ainda assim eu sentia algo estranho toda vez que ia lá, um frio na barriga. De toda forma, eu gostava do que fazia. Ao final do curso, surtei e disse que não ia mexer com Química nunca mais na minha vida - estava estressada do curso e queria terminar logo, quase desisti faltando um bimestre para acabar. Daí fiz vestibular para Fonoaudiologia.

Ok, lá vamos nós para os defuntos novamente, já que tem aula de anatomia. De novo a mesma sensação. Gostei do curso, surtei no segundo período, surtei de novo no quinto, queria desistir também, cliniquei por quatro anos, e hoje a Fonoaudiologia está enterrada para mim. Não quero voltar mais. Mexer com vivo também é complicado, mas isso não vem ao caso agora.

Aonde eu quero chegar: hoje em dia não me apraz de forma alguma ver gente morta, apesar de ter visto de tudo quanto foi jeito. Na época do IML fiquei fria e a morte passou a ser algo corriqueiro. Agora tenho pavor só de ver uma poça de sangue: fico imaginando logo uma tragédia sem precedentes e não quero nem olhar. Não tenho essa mulherzice de desmaiar, mas ficaria certamente impressionada por um bom tempo. Sabe mineiro no trânsito? Ele tem que parar para ver. Mas ver o quê? Sei lá, ele tem que ver. O ser humano é mórbido por natureza. E sua morbidez faz a lentidão do trânsito: toda vez que tem acidente, acho que eu sou a única do ônibus que não se levanta para contemplar a cena bizarra. Como o motorista também diminui a marcha para ver, olha a confusão que ele causa atrás de si!

Eu descobri muita coisa sobre mim porque foi agora que parei para me conhecer. Antes não tinha tempo e fazia tudo o que dava na telha só para mostrar que eu era capaz. Mas depois eu percebi que estava mineira demais, preocupada com o que os outros estariam pensando a meu respeito. Desci do pedestal de inteligente ao extremo - eu tenho uma inteligência normal, a diferença é que a enxurrada de pensamentos e ideias junto com a impulsividade compunham a fórmula explosiva para todo mundo achar que eu era um gênio - e passei a ser uma pessoa normal. As pessoas passaram a esperar menos de mim porque eu passei a dar menos de mim para elas, como uma forma de satisfação, e com isso aprendi a a aceitar melhor meus erros e minhas limitações.

Desde os doze anos dou aula de matemática. E é isso mesmo que eu tenho que fazer: trabalhar com exatas, o que sempre foi minha paixão e lá atrás eu joguei fora por causa de um surto de querer abandonar tudo. Falei que nunca mais ia mexer com Química, mas ledo engano... Engenharia Mecânica, aqui me tens de regresso! Ano que vem eu 'tou voltando. ;-)

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Cadê a TV de LCD que estava aqui?*

*Texto escrito por Grace Piazzi

Não posso deixar de começar esta coluna sem falar da felicidade que estou sentindo. Por dois motivos: o primeiro, pelo espaço gentilmente cedido pela Glaucia (minha irmã) e pela Mirka (com a qual não tenho contato, mas que há um tempo, muito gentilmente me recebeu em sua casa). O segundo, por ter conseguido me libertar de mim mesma. Como assim? 

Sempre desconfiei de que não fosse muito normal. Apesar do meu corpo calmo, meu jeito pacato, minha mente sempre pareceu um turbilhão. Um turbilhão de ideias, de coisas a fazer e de constantes autorrecriminações no fim do dia, por conta das coisas que me havia me proposto a fazer e que não passavam de propostas. Em suma, o significado literal da expressão “brainstorming”

“Em meio a tantas coisas a fazer, por onde começar? Pela mais fácil, óbvio! Mas a mais fácil parece tão complicada. Vejamos a próxima... Ih, não consigo me concentrar. Peraí, deixa eu voltar na anterior, acho que vai dar. Não, não foi do jeito que eu pensei. Vou pra próxima de novo e depois eu volto.” E nesse vai e vem, o sono batia e já era hora de deitar. E deitava. “Mas cadê o sono que estava aqui? Estou tão cansada! Puxa, não consegui fazer nada hoje, mas amanhã, sem falta, eu vou fazer!” Pensando nessas coisas, mais uma hora se passava, até ser vencida pelo cansaço e apagar. Quando eu dava sorte, conseguia dormir uma noite inteira, mas quase sempre, acordava lá pelas tantas, sendo assombrada pelos mesmos pensamentos. E lá ia mais uma hora pra pegar no sono de novo... Essa era minha vida, há pouco menos de uma semana. 

Alguns me perguntam como eu nunca desconfiei de nada, enquanto estava no ensino fundamental e se eu não tirava notas baixas, por causa da dificuldade de concentração. A resposta é não. “Mas por quê? Quando você sentava pra estudar pras provas, não dava um certo desespero?” Novamente, a resposta é não. “Mas por quê?” Simplesmente, por que eu não sentava pra estudar. Não precisava. Quando sentava pra isso, lia (com uma certa angústia) rapidamente o que precisava e pronto! Já estava tudo estudado. Mãezinha, agradeça a Deus todos os dias pelo fato de sua filha aqui ter nascido com QI acima da média! Caso contrário, o estrago teria sido muito maior. Ou melhor, teria havido estragos. 

Comecei a sentir certa dificuldade quando passei para o ensino médio. Achei que fosse normal, já que o nível de exigência intelectual tinha aumentado e as disciplinas já não eram tão simples, além de a instituição ser o CEFET-MG (sim, eu sobrevivi a ele). Constantemente, eu me pegava sonhando acordada na sala de aula e, quando voltava à realidade, ainda dava tempo de aprender um pouquinho. As notas declinaram, mas não cheguei ao ponto de ficar em recuperação. Novamente, o QI acima da média estava lá pra me ajudar. Entretanto, tinha uma coisa que começava a me incomodar: a leitura. A professora de literatura passava as referências que a gente precisava ler para fazer as provas, ou estudos dirigidos em sala. Eu levava semanas pra ler um livro pequeno. Isso quando chegava a concluir a leitura. A cada duas linhas lidas, era uma viagem ao mundo da lua. Pra não ficar pra trás, os preguiçosos da turma sempre arrumavam um resuminho das obras. E assim eu me virava. Até tirei notas muito boas, mas a consciência pesava. 

Não satisfeita, inventei de fazer um curso técnico. Eu sempre soube que não atuaria na área, mas fui lá, saber qual é a desse negócio. Escolhi um curso que julgava tranqüilo: Química. É, eu tinha facilidade com a disciplina e imaginei que no curso não seria diferente. Engano total. Minhas notas declinaram ainda mais, não consegui acompanhar o ritmo da turma até que... “Mãe, tomei pau!” “Como assim, Grace? Você não faz mais nada na vida além de estudar! Faça-me o favor, né?” Repeti um módulo do curso. Aos trancos e barrancos, consegui conclui-lo. Mas o sentimento de frustração foi tão grande, que eu não quis saber de seguir carreira nessa área. 

Poucos meses antes de acabar o curso, fui chamada pra trabalhar num órgão do Estado de Minas Gerais, por meio de um concurso para o qual eu não havia estudado uma linha sequer. Como? Não sei. Dizem as más línguas que o tal concurso, para o meu cargo, rendeu 217 candidatos por vaga. Se era verdade, eu não sei. Já faz 8 anos que trabalho para o Estado e ninguém ainda me respondeu... O fato é que, quando o comentário chegou até mim, fiquei calada, mas pensei: “Ainda tenho salvação nessa vida!” Aí, decidi que era hora de fazer vestibular. Mas quem disse que seria fácil? Eu achei que seria. Outro engano. 

Três tentativas depois... Ah, finalmente! Passei na UFMG. Ufa, agora minha vida estaria totalmente resolvida. E não é que eu me enganei outra vez? Aí sim, o inferno se instaurou na minha vida. A cada aula, o quadro negro se transformava numa enorme TV de LCD, onde eu via toda minha vida, as coisas que eu tinha que fazer, as que eu não fiz, as que deveria ter feito... Ou seja, aquelas mesmas coisas que me assombravam na hora de dormir e mais algumas. Resultado: exame especial nos três primeiros períodos. Passei em várias disciplinas com nota mínima e sempre com aquela sensação de “sou burra e não consigo acompanhar nada!”. E novamente, aos trancos e barrancos, cheguei ao sexto / sétimo períodos (sim, sou irregular) de Terapia Ocupacional. Não sei como ainda, mas cheguei. 

Curiosamente, essa chegada me jogou contra mim mesma. Vou explicar. Cursei semestre passado, uma disciplina chamada “Terapia Ocupacional Aplicada ao Desenvolvimento B”, que se divide em dois módulos: no primeiro, estudamos crianças com TDAH e no segundo, crianças com paralisia cerebral. Acontece que no primeiro módulo, o enfoque dado pela professora foi nas crianças com TDAH predominantemente hiperativas. Ah, isso não era novidade pra mim. A Glaucia tem o tipo combinado de TDAH e, baseada no comportamento dela, eu soube responder tanta coisa (sim, porque eu achava que a doida era só ela, ahahaha...). Aí a coisa foi apertando. O semestre parecia não ter fim. Tanta coisa pra ler e, pra variar, eu nunca conseguia ler tudo. A leitura ia até a metade, isso quando lia alguma coisa. A cada aula, era uma angústia. E lá estava a TV de LCD no quadro negro mais uma vez! Resultado: mais um exame especial. Não passei e estou repetindo a disciplina. Fiquei extremamente decepcionada, mas mal sabia eu que essa repetência mudaria minha vida. 

Passada a frustração, já de férias da faculdade e com mais tempo pra me dedicar às pessoas queridas, a Glaucia e eu conversamos a respeito do problema que eu achava que era só dela e das coisas boas que ela havia conquistado só com o uso da ritalina. Obviamente, fiquei muito feliz por ela e isso me despertou um interesse pelo TDAH que eu não tinha tido ao cursar a tal disciplina. Afinal, quem é esse desconhecido que as pessoas tanto usam pra rotular criancinhas levadas? Após inúmeras leituras (forçadas, claro), algo me chamou a atenção: o subtipo de TDAH desatento. Achei tudo muito estranho, afinal, parecia que os textos relacionados a esse subtipo estavam falando de mim. Ainda assim, resisti um pouco e achei que era mais uma das minhas constantes viagens ao mundo da lua. 

E começou mais um semestre! Ah, desta vez vai ser tudo diferente! Vou ler tudo o que os professores mandarem e parar de fazer as coisas aos 47 minutos do segundo tempo. Comecei com o maior pique, que durou incríveis 12 dias! Dali em diante, lá estava eu fazendo tudo de novo. A angústia começou a tomar conta e, já não aguentando mais, liguei desesperada pra Glau: “Me dá o telefone desse psiquiatra seu, pelo amor de Deus!” Marquei minha consulta, fui lá e não deu outra: TDAH predominantemente desatento. Uma mistura de decepção e felicidade tomou conta de mim. Levei um susto, quando vi o médico escrevendo a receita: RITALINA. “Mas eu preciso disso, doutor?”. Ele sorriu e disse: “Quem vai me dizer isso é você!” “Tudo bem então, vamos ver como é isso. Se funcionou pra Glaucia, talvez funcione para mim também.” 

Gente, se milagre existe, ele se chama ritalina! No primeiro dia, eu já senti a diferença. Assisti a uma aula inteira sem viajar (a TV de LCD sumiu), consegui dar sequência a todos os documentos que estavam parados na minha mesa de trabalho, por falta de saber por onde começar, parei de levantar da cadeira a cada cinco minutos e andar sem rumo pelos corredores do meu local de trabalho, li quatro artigos científicos, um atrás do outro, sem nem piscar e um livro inteiro numa tarde de domingo. Além disso, estou dormindo uma noite inteira, sem a menor dificuldade. Aquela sensação de frustração em saber que o dia passou e eu não fiz nada sumiu. 

Bom, esse foi só um resumo da minha vida acadêmica. A minha ideia era falar também do meu comportamento no dia a dia, mas este texto teria o triplo do tamanho e achei melhor deixar para uma próxima postagem. Só o que eu sei é que em pouco menos de uma semana me transformei em outra pessoa e essa outra pessoa é muito melhor! Não preciso mais ficar sob a máscara do ‘tipo sou foda’ pra esconder meu problema. Devo admitir, a sensação de ser normal é muito boa. 

Retorno ao psiquiatra daqui a um mês! 

* * * * *

Comentário da Glaucia Piazzi: 

Bem-vinda ao time dos abençoados devotos de Santa Rita do Metilfenidato! Você vai obter resultados incríveis com o uso correto da ritalina. Boa sorte!

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Nossa bobagem de cada dia:

A minha bobagem é sem ritalina mesmo, porque sóbria é mais gostoso de se fazer as coisas. Por isso resolvi começar o meu dia com uma oração.

“Pai nosso que está nos céu, meu pai não é piloto, ele é mecânico. Santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino. Complicado isso, fica parecendo aquelas conquistas medievais, um rei invadindo o reino do outro, castelo, dragão, princesa... Onde eu estava mesmo? Ah, sim, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. É, piloto quando está em terra, fala de avião, quando está em vôo fala de mulher. Bobagem danada, gente. Eu queria a uma hora dessa estar em comando para ver na prática mesmo o nível de cruzeiro. Por isso que atleticano nunca é piloto, para não ter que se manter em nível de Cruzeiro. A propósito, o jogo do América foi ótimo, pena que o juiz tenha roubado tanto. Tadinho do Mequinha, tão injustiçado! Nossa, viajei. O pão nosso de cada dia nos dai hoje... Putz! Lembrei que tenho que pagar o seu Manoel da padaria! Ah, não faz mal, amanhã eu vou lá e aproveito para fazer a unha com a dona Judite. Só que os esmaltes dela estão ruins, vou sugerir comprar uns novos, tem umas cores bonitas que saíram estes dias, última moda. Ah... ahmmm... é... ta. Amém.”

Texto por Glaucia Piazzi

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